O laço no cabelo se abriu
e o vento a brincar
cobriu-lhe o rosto...
E isto posto
o que me restou
além do franzir de testa,
foi fechar os olhos
e imaginar tudo aquilo,
que sempre aniquilo
ao lembrar
dos seus olhos de menina.
Os dias de novembro se vão
e os ventos que murmuro
não te trazem aqui.
Feliz sou eu
que não te tenho,
pois meu querer ferrenho
não te protegeria de mim.
Mantenha-se longe
E o mais distante que possas...
Para que as vontades nossas
possam se esvair enfim.
Em mim,
essa vontade absurda
de viver o que não posso.
E esse desejo que destroço,
se recompõe,
a cada manhã,
a cada canção,
e a cada brisa.
Nesse ofício de poeta,
Ou do cantor de cada tarde,
eu calo a vida que arde...
E vivo... compondo paredes
para te deixar assim...
providencialmente...
longe de mim.
(Publicado em 16/11/2006)
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2 comentários:
Olá,
Meu nome é Tânia e quero dizer que estou apaixonada pelo seu trabalho.
Densidade, profundidade, ritmo e puro lirismo.
Lindo de viver!bjs
Muiiiiito bom...
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