quarta-feira, 2 de maio de 2007

Pela Mão (Anderson Julio Lobone)

Pela Mão (Anderson Julio Lobone)

Num casulo
te vi aflita...
E ante a desdita
manhã que vinha,
acariciei-te...
Como eu nada tinha,
só te jurei proteção...
te levando assim...
pela mão.
Ultrapassando paredes...
sonhando arvoredos...
antevendo rios...
desdenhando dos medos...
Dos calafrios teus
me fiz em arrepios
e da solidão tão tua
me vesti em forma de lua...
Já lia em teus risos
o conforto dos dias
e as carícias suaves
de outras pradarias.
A cada brisa
eu lhe surgia
como o cheiro do café...
Esse mesmo
que ainda invade
essas tardes
em que não estás aqui
em teu vestido de renda...
Ah... porque?
Porque fostes assim
minha prenda?

(Publicado em 02/05/2007)