terça-feira, 20 de novembro de 2007
Livro "Murmurando Ventos" é lançado.
Depois de um longo período de negociações e entraves jurídicos
finalmente meu livro "Murmurando Ventos" foi lançado pelo selo
do Projeto Fazendo Livros.
Agradeço a todos os amigos que participaram desse processo
e a todos os leitores do meu trabalho pelo incentivo e interesse.
O livro já pode ser comprado pela internet.
Maiores informações podem ser obtidas pelo email: fazendolivros@gmail.com
Um grande abraço à todos!
Anderson Julio Lobone
sábado, 3 de novembro de 2007
Nanquim
como num acalanto,
estive entre o riso e o espanto.
Lembrei dos ventos frios
e da lua de brilho raro,
quando sempre me deparo,
com a lembrança
dos teus traços,
e assim,
revivo os abraços
e os sonhos
outrora rascunhados.
Hoje,
em pé na varanda
percebi que suas pegadas,
a tanto tempo cunhadas
em minhas ruas de nanquim,
ainda não se apagaram.
E como de praxe,
minha esperança de guache
se borrou com meu pranto.
(Publicado em 28/10/2007)
Círculos
Eis o que me aflige.
E com a velha efígie
cunhada no ontem,
caminho de encontro
ao mesmo recomeço...
Sem fim...
O perigo de voltar
hoje é meu enredo,
e o futuro cortês
já não faz segredo:
eis me aqui outra vez.
Seguir...
Numa grande reta...
sem placa, sem meta,
nem ponte, nem nada...
Ao horizonte sem seta.
Partida sem chegada.
Por fim...
Os círculos só na poeira
de uma lembrança turva.
E sem eira nem beira,
numa forasteira curva
entre uma e outra reta,
minha vida se completa.
(Publicado em 10/10/2007)
Bolsoni
O ontem não sabe.
Mas o que me cabe
dizer do menino bonito
é o estranho conflito
que suas lentes confessam.
Se as noites cessam
as paixões em desfile,
sempre há quem destile
seu olhar de narciso...
ou seu cabelo impreciso.
Num foco fechado,
traz seu “eu” tatuado
como círculos em pele...
para que nunca se revele.
Sua angústia é contida
num dos cantos da vida.
E quando se apresenta
em cyano ou magenta,
ele logo despista e some.
Se um flash que lhe consome,
a troco de vida em ação,
ele corre sem direção.
Mas as vezes...
as vezes não!
(Publicado em 19/09/2007)
Mosaico
quando as horas
se avolumam
e as pessoas fumam
junto ao quadro da sala,
respiro o que a vida exala
nos dias de primavera.
Feito erva que se macera
para o banho de limpeza,
com toda a destreza
me decomponho.
E ante ao futuro medonho,
junto cores em mosaicos
como se fossem meus “cacos”
de sonhos, brisas e espinhos.
Cristais com vinhos...
Aromas de amores:
Seios, nucas e flores.
Num trago manso
ainda me alcanço
no brinde à vida.
Minha taça erguida
reflete a sede
de minha boca de sal...
O silêncio é o sinal
de que na noite a esmo
já não sou mais o mesmo.
(Publicado em 21/09/2007)
quinta-feira, 25 de outubro de 2007
Capa de Murmurando Ventos
A criação ficou por conta do designer gráfico Ricardo Monteiro.
sexta-feira, 31 de agosto de 2007
As Tempestades
Elas sempre voltam...
E assim,
me varrem os sentimentos,
os sonhos, os brios
e os cios das manhãs.
E minhas paixões,
como clãs de gente insana
arranham os vidros da janela
numa súplica singela
por uma chancela
de amor perfeito.
Mas nada resiste.
E quando os ventos se vão
restam apenas resquícios
das vontades e dos vícios.
Como moinhos emperrados
meus braços cansados
procuram os quadris,
de almas gentis, que,
com fé, malícia
e um batom vermelho
sempre me levam de volta
ao carrossel da rua...
ao panteão da lua...
(Publicado em 01/09/2007)
Poesia Morta!
Junto da porta,
restos de inspiração.
Cena sombria.
Com a covardia,
havia vodka e pão.
Caso intrigante.
Amarrada em barbante,
a vida em cinema gemia.
Mistério maldito.
O poeta que era mito,
no último bilhete dizia:
À quem interessar possa...
Essa que agora agoniza,
e que um dia me foi brisa,
tal qual as tardes na roça,
andava em tempo recente
traindo este tolo escrevente
com acordes de um violão
em baladas sem direção.
Ao ver que tão minha poesia
fugia ao fim de cada dia,
quebrei enfim minha “pena”
e ante a última cena,
deixei minha poesia secar...
Ali sozinha...
no chão da cozinha.
Se esvaindo enfim...
com sede de mim.
Círculos
Eis o que me aflige.
E com a velha efígie
cunhada no ontem,
caminho de encontro
ao mesmo recomeço...
Sem fim...
O perigo de voltar
hoje é meu enredo,
e o futuro cortês
já não faz segredo:
eis me aqui outra vez.
Seguir...
Numa grande reta...
sem placa, sem meta,
nem ponte, nem nada...
Ao horizonte sem seta.
Partida sem chegada.
Por fim...
Os círculos só na poeira
de uma lembrança turva.
E sem eira nem beira,
numa forasteira curva
entre uma e outra reta,
minha vida se completa.
(Publicado em 27/08/2007)
Novelo
a correr pelo tapete,
vi minha alma nua
e cantada em falsete,
se perder no tempo
e orbitar na lua.
Num choro mudo
qual um vazadouro
em noite escura,
guardei sob escudo
folheado a ouro,
a minha ternura.
Até que na tarde
pintada num azul
“papel de maçã”,
chegastes em alarde
trazendo do sul
um fio de lã.
Tecendo abraços
em pontos precisos
em cada madrugada,
me destes os passos
bordados em risos...
com o fio da meada.
(Publicado em 25/08/2007)
segunda-feira, 27 de agosto de 2007
Fernanda
O Frio...
O livro...
O Licor...
Esquecida no tempo,
minha imagem em andor
ressurgiu em teus olhos
de mel...
de pedidos...
de temor...
Do sofá furta cor
tu me olhas... sozinha.
Ah... que sorte a minha:
Te encontrar
entre o mundo e a cozinha,
depois de noites em pilhas.
Meus versos tolos...
Tuas sapatilhas...
Meu sorriso puro
entre tuas virilhas...
Tua dança.
Minha mão.
Um Pacto.
Um avião.
A noite que não anda.
E o teu nome, que hoje,
fecha a rima
do poema
que escrevo
na varanda.
sexta-feira, 17 de agosto de 2007
Rosa Chá
Nem a vida em minha volta,
nem a tarde que se solta,
nem tão pouco as horas...
Nada me obedece.
Meu lápis,
outrora passivo
e agora animado...
vai e vem sem crivo
no papel desbotado.
E eu,
que resmungava de tudo,
me pego a dançar mudo
e a sorrir na tua rua,
na esperança nua
de te ver na janela.
E você...
à espreita,
no fim da tarde perfeita
se confunde no horizonte
a despencar além do monte,
e gargalha do meu desejar.
E assim,
sem piedade de mim,
como vil e sem clemência
me revela a transparência
do teu veneno que só há
em teu vestido rosa chá.
Publicado em 12/07/2007
quarta-feira, 27 de junho de 2007
O Poema (Anderson Julio Lobone)
na pausa de todo o caos
e do meu viver concreto
li teu poema predileto.
No silêncio em revés
lembrei-me de teus pés
sob tua saia rodada...
E diante do nada
cerrei meu olhar.
Renúncia...
vício maldito!
Tornei mudo o meu grito
e no dito pelo não dito
sigo acorrentado...
Pelo pranto abafado...
e pela tua risada
até hoje calada...
Onde andas menina?
Diante dessa sina
do silêncio vil,
meu olhar quase senil
se refugia... absorto...
E ante ao poema morto
construo outras linhas...
que não são mais tuas
mas tampouco são minhas...
(Publicado em 27/06/2007)
quarta-feira, 13 de junho de 2007
O Tempo (Anderson Julio Lobone)
Dá-me o sorriso pleno
pelas coisas que vivi,
pelos beijos úmidos
e abraços indeléveis.
Dá-me a alma mansa:
extrato fino dos dia
sem que dormi amado
e acordei sozinho.
Tempo de agora...
Desvende esse meu ritmo
que pulsa a cada manhã,
e me molda fraco ou forte
na busca de outro norte...
Me abrande cada conflito
nas minhas fugas sem fim...
Na dança de um novo rito...
No fogo que arde em mim.
Tempo que vem...
Orixá mais que perfeito.
Nas formas leves do vento,
diga-me o que há de ser feito,
soprando-me um acalento,
no hálito dessas manhãs,
nos sonhos do meu rebento,
e nessas luas tal qual divãs
por onde eu me desoriento.
(Publicado em 26/05/2007)
quarta-feira, 2 de maio de 2007
Pela Mão (Anderson Julio Lobone)
Num casulo
te vi aflita...
E ante a desdita
manhã que vinha,
acariciei-te...
Como eu nada tinha,
só te jurei proteção...
te levando assim...
pela mão.
Ultrapassando paredes...
sonhando arvoredos...
antevendo rios...
desdenhando dos medos...
Dos calafrios teus
me fiz em arrepios
e da solidão tão tua
me vesti em forma de lua...
Já lia em teus risos
o conforto dos dias
e as carícias suaves
de outras pradarias.
A cada brisa
eu lhe surgia
como o cheiro do café...
Esse mesmo
que ainda invade
essas tardes
em que não estás aqui
em teu vestido de renda...
Ah... porque?
Porque fostes assim
minha prenda?
(Publicado em 02/05/2007)
quinta-feira, 5 de abril de 2007
Os Fantasmas de Ti
Penso em ti...
Pé ante pé
na cozinha.
Tua coxa
junto da minha...
Nós dois assim
“de conchinha”...
Mas não...
Olho a porta...
e quem ali aporta
são os fantasmas de ti.
Entre um café e outro
eles sempre voltam aqui.
Gargalham e zombam
desse meu fingir
não mais te querer.
No vazio do meu riso
ainda te exorcizo,
disfarçando medo
nesse engano ledo.
Os vultos teus na sala
são os anfitriões
dessas madrugadas
de tantos senões.
Minhas canções mudas
são a trilha perfeita
da verdade refeita
de não te esquecer.
Lá vem eles...
Os fantasmas de ti
que fazem a festa.
E o que me resta?
Enfrentar
meu coração bandido
ou me dar por vencido?
(Publicado em 04/04/2007)
segunda-feira, 26 de março de 2007
Outono (Anderson Julio Lobone)
Quando dei por mim
já era outono
e a noite sem sono
denunciava
o que estava por vir.
As folhas secas
que vi na manhã
traziam... além do afã
de te ver de novo,
o medo do lago da vida
e de olhar no espelho
e te ver em mim refletida.
Em cada manhã repetida
aparei cada aresta
e a espera da outra festa
colecionei desejos.
Mas tuas mãos em outras
que não as minhas,
foram brisa leve
em minhas linhas...
que adormeceram...
enfim.
Quando teu sorriso
outra vez passar por mim,
quem sabe a minha poesia
não rascunhe um outro fim?
(Publicado em 25/03/2007)
sexta-feira, 23 de março de 2007
terça-feira, 20 de março de 2007
A Espera (Anderson Julio Lobone)
Assim são as receitas perfeitas
para que eu não erre amanhã,
quando eu for buscar
o que é meu por direito
e o que me diz respeito.
Chuva da manhã...
É o cálice que trasborda
com a última gota de suor
que por hora nasce
e despenca dessa face
talhada pelo tempo.
Lembrar de você...
É o gozo perfeito
na dança das coisas
que movem o meu ser.
Ante ao parapeito da varanda
vejo a enorme ciranda
que se forma em mim,
e que assim torna
a esperança algo sem fim.
(Publicado em 19/03/2007)
quarta-feira, 14 de março de 2007
Na mesma calçada
Se o dia não nascer
é porque essa madrugada
é pouca para o sonho
de viver o que é nosso.
São anos perdidos
em outras bocas
e um futuro escolhido
em outros caminhos.
É a regra maldita
da nossa vida que imita
as dores do mundo
e o outro segundo
que vem sem você.
Se a vida reclama,
tua cama me chama,
e em tua seda pura
de gozo e ternura
tu se desnudas sem preço
como só eu conheço.
E depois,
da verdade gemida
voltamos ao “cover” da vida
que vivemos por nada,
numa pausa forçada
do olhar sem fim.
Mas cada brisa soprada
e cada canção tocada,
hão de nos deixar
essa certeza de estar
para sempre...
na mesma calçada.
(Publicado em 14/03/2007)
quinta-feira, 8 de março de 2007
Dia Internacional da Mulher
.
.
Eu teria dado muito mais que a minha costela para tê-las aqui para sempre... Parabéns!
.
.
.
segunda-feira, 5 de março de 2007
Matizes (Anderson Julio)
Deslizei
meus lábios por teus ombros,
e entre uma pausa e outra
do teu respirar,
imaginei tua boca
a me dizer as coisas
que não esqueço
a cada noite...
a cada vento...
a cada lua...
E ao despencar
do precipício dos seios
alojei-me em teu umbigo
e pensei comigo,
nas adjacências
e nessa dependência
doce e mortal
de tuas coxas.
Ao fim ,
me atiro aos teus pés
e, no provável viés
de nos repetir,
te olho enamorado
e logo sou tragado
outra vez
sem piedade
pelo teu cheiro,
pela tua boca
e pelo teu riso.
Imprevisível e preciso,
o universo que pintas
com suores e tintas....
Em tudo o que dizes...
Em tantos matizes...
Ou na pura nuance
de nosso romance.
(Publicado em 05/03/2007)
sábado, 3 de março de 2007
Zico - 54 Anos
sexta-feira, 2 de março de 2007
Recomeço (Anderson Julio)
As camisas novas
e as canções do carro
já fazem efeito no mundo,
e em apenas um segundo
todo o meu bairro
percebe que não sou o mesmo.
E ao me observar andando a esmo
notam que uma nova paixão
aportou junto à minha alma.
Os medos famosos
e os dias tão ardilosos
já perderam espaço.
E assim, meu traço
que antes era quimera
avisa que agora impera
a nova ordem do amor
que aqui se aloja.
E com um “que”
de quem se despoja
sigo ao encontro
de um outro recomeço.
Foi te vendo cruzar as tardes
que me tornei incauto.
E num tom mais alto
e com riso debochado,
cantei aquela canção
que falava da solidão
que não ia embora,
e que agora
no cerrar da hora,
enfim, me deixa.
(Publicado em 01/03/2007)
quinta-feira, 1 de março de 2007
quinta-feira, 15 de fevereiro de 2007
segunda-feira, 12 de fevereiro de 2007
segunda-feira, 15 de janeiro de 2007
Contradição (Anderson Julio)
Andei em círculos
por um tempo
que não contei.
E por medo,
não disse
sobre os enganos
nem sobre
todos os planos
que fiz, refiz...
e infeliz,
guardei no meu
quarto escuro.
Entrei em contradição,
eu sei.
Mas melhor
que seguir sem voz
ante a tanto nós,
nesse emaranhado
de sentimentos
e poesia morta.
Mas já não importa
os papéis amarelados,
os rascunhos de vida
e a razão combalida
que ficaram para trás.
Sobrou enfim,
o meu desejo
de seguir sozinho,
e de falar da chuva
que cai no horizonte,
bem aqui de fronte
dessas flores
fartas, multicores...
que ainda nascem em mim.
(Publicado em 15/01/2007)
quarta-feira, 10 de janeiro de 2007
Entrevista ao Jornal Conexão Cultura
Numa época em que a internet oferece ao mundo grandes dúvidas quanto aos caminhos a serem trilhados pela indústria fonográfica e pelo mercado editorial, uma avalanche de autores tem se destacado com a publicação de suas obras na rede mundial de computadores. Sem terem lançado um livro sequer, esses poetas, romancistas e letristas ocupam um espaço nunca imaginado entre os aficionados pela leitura que, por comodidade, preferem a pesquisa no computador, a uma visita a uma livraria.
Nesse novo panteão de “escritores sem livro”, podemos destacar o poeta carioca Anderson Julio, que em 2006 viu seu trabalho cair nas graças de leitores virtuais de todo país e inclusive de Portugal.
Por telefone ele conversou com a repórter Carina Santoro, ele falou da atual cena literária e sobre a sua relação com esse “universo virtual.”
Conexão Cultura: Como você avalia essa “descoberta” do seu trabalho na internet, depois de mais de 20 anos escrevendo?
Anderson Julio: (risos)...Coisas do mundo moderno... (risos). Mas antes tarde do que nunca. Na realidade eu nem tinha a intenção de me valer da internet para isso, mas no fim de 2005 vi que algumas pessoas colocavam poemas meus em suas páginas pessoais, em blogs e no orkut. Achei aquilo muito estranho, mas incentivado por alguns amigos e outros escritores, resolvi postar alguns dos meus textos na web e aí as coisas realmente começaram a acontecer.Quando vi já tinha até comunidade no orkut discutindo a minha obra...(risos).
Conexão Cultura: Como você define a atual cena literária no país?Acha que por conta da internet haverão mudanças significativas no mercado editorial como já acontece no mercado fonográfico?
Anderson Julio: Olha a cena atual é muito profícua. Tem gente de muito talento em todos os cantos do país, haja visto o que pode ser encontrado no Recanto das Letras (N.editor: Portal de internet dedicado à literatura e aos novos autores). Mas talvez o que mais seja significativo é a grande quantidade de pessoas que começam a bancar o seu sonho de editar um livro. Já existem pequenas soluções para quem quer fazer uma edição pequena com um preço razoável.Acho que na realidade isso tudo, somado à internet, e em especial os “e-books”, vão provocar uma reviravolta no mercado, mas ainda vai demorar, ao contrário do mercado fonográfico, em que a gente percebe que os cds estão com seus dias contados. Ainda há muito espaço para o livro no formato atual, ainda mais porque o brasileiro ainda lê muito pouco.
Conexão Cultura: Isso quer dizer que você pretende ignorar as editoras e partir para uma produção independente?
Anderson Julio: De maneira alguma. Estou em conversação com algumas editoras daqui e de Portugal, porém, caso nada aconteça, posso pensar na hipótese de produzir o meu primeiro livro através de algumas parcerias que me foram oferecidas.Nesse caso, o mais difícil é a questão da distribuição, um tormento para quem produz seus livros.
Conexão Cultura: Seu trabalho recebe elogios de boa parte da crítica e inclusive de alguns dos mais respeitados poetas da atualidade. O que você acha disso?
Anderson Julio: Quanto aos elogios, é o resultado da minha determinação em expor da maneira mais intensa as coisas que eu vivo, sinto e acredito.Se eles tocam as pessoas é sinal que eu fui feliz na minha empreitada. Minha poesia tem simplicidade e intensidade. E isso deve justificar as manifestações positivas. É sinal que eu consegui tocar as pessoas.Outro dia estive com o nosso grande poeta Thiago de Mello, e ele me disse: “Eu escrevo apenas poemas.Se vão achar alguma poesia neles é uma outra história.” É mais ou menos por ai! (risos)...
Conexão Cultura: Fale de seu encontro com Thiago de Mello...
Anderson Julio: Foi realmente fantástico. Eu estava no evento “Poesia Voa” no Circo Voador aqui no Rio de Janeiro. Ele me foi apresentado por amigos que temos em comum.Uma figura ímpar, que além de representar o melhor da poesia feita nas últimas décadas, é um homem de rara sensibilidade. Conversamos sobre poesia, as coisas da mata e até sobre Fidel Castro. Depois de conhecer Carlos Drummond de Andrade, este foi sem dúvida um dos mais fantásticos encontros que eu vivi.Como eu disse outro dia, Thiago de Mello é um homem que vem e vai. Todo vestido de branco, todo lindo e todo poesia.
Conexão Cultura: Você terminou um romance que está sendo aguardado com ansiedade por quem acompanha seu trabalho: Universo Paralelo. E atualmente, você já está trabalhando em um outro romance, ou anda se ocupando com crônicas e poesias? O que lhe dá mais prazer de fazer?
Anderson Julio: Não tenho uma rotina estabelecida e nem preferência.Depois de três anos dedicados ao “Universo Paralelo”, estou as voltas com a idéia de um novo romance chamado “Não Amava Ninguém”, porém, ainda é um projeto embrionário.Quanto às crônicas eu continuo escrevendo para os jornais onde ainda mantenho colunas fixas. Mas as poesias, ou melhor, os poemas (como diria Thiago de Mello) eu tenho produzido muitos, bem como as letras de músicas que algumas pessoas me pedem.No final, tudo isso me dá um enorme prazer.
Conexão Cultura: E o que você tem lido de interessante em termos de novos escritores?O que você tem lido ultimamente?
Anderson Julio: Dos livros que li recentemente posso destacar “O Ano da Seca” e “As Marés Bruxas” do romancista catalão Victor Álamo de
Conexão Cultura: Anos a trás você disse numa entrevista que poetas quando se encontram, aprontam. Com que poetas você tem se encontrado e aprontado?
Anderson Julio: Olha que isso pode me comprometer hein? (Risos)... Eu posso dizer é que tenho conversado com gente muito interessante. Mas confesso que os meus duetos com a escritora Alma Welt tem sido divertidíssimos. Um verdadeiro “Duelo de Sonetos”.Nos encontramos na internet e trocamos comentários a respeito das obras de ambos. Depois disso, passamos a duelar empunhando versos. Uma alegria enorme para mim, pois ela é muito talentosa e bem humorada. O que nós aprontamos tem sido publicado nas páginas de ambos no Recanto das Letras.Além disso tenho trocado impressões a cerca das coisas do mundo com alguns poetas de Portugal.
Conexão Cultura: Pra terminar, o que você diria pra alguém que escreve e que quer divulgar seus escritos para o mundo?
Anderson Julio: Só tem um caminho: a internet. Diria para estas pessoas passarem seus textos para o micro e se cadastrarem nos portais de literatura, como o Autores.com, Usina das Palavras, e em especial o Recanto da Letras que disparado tem a melhor estrutura e melhor interface.Além disso, você pode ter a avaliação de outros escritores que podem te ajudar muito.
Conexão Cultura: Uma última frase para definir Anderson Julio...
Anderson Julio: Continuo com os versos de Cecília Meireles: “Não sou alegre e nem sou triste. Sou poeta!”
segunda-feira, 8 de janeiro de 2007
Meu dueto com Alma Welt
Um delicioso dueto com a misteriosa (ninguém sabe quem ela é, e nem mesmo se ela o é! rsrs) escritora e poetisa Alma Welt,.
Nossa troca de sonetos está sempre atualizada no meu site no Recanto Das Letras.
Para conferir o que temos aprontado é só visitar o endereço abaixo:
http://www.recantodasletras.com.br/visualizar.php?idt=340377
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domingo, 7 de janeiro de 2007
Fina moldura (Anderson Julio)
Por mais que eu queira,
não haverá outra maneira
que não seja ser feliz.
Tua boca entre aberta
é o fim da superfície deserta
em que andei até aqui.
Vem!
Me diz o queres
e faz o que bem quiseres
do sol que cai.
Porque ele ainda vai
se encontrar com a lua,
onde assim flutua
no horizonte pintado
em cor de ternura,
e com fina moldura
a cercar tua doçura.
O perfeito se avizinha
com a tua pele
junto da minha.
Minhas mãos sem calos
a dançar em tuas costas,
e minhas propostas
nos doces resvalos
de tuas respostas.
A tarde vai
como que numa redoma
e a noite vem
e traz teu aroma.
(Publicado em 07/01/2007)