segunda-feira, 26 de março de 2007
Outono (Anderson Julio Lobone)
Quando dei por mim
já era outono
e a noite sem sono
denunciava
o que estava por vir.
As folhas secas
que vi na manhã
traziam... além do afã
de te ver de novo,
o medo do lago da vida
e de olhar no espelho
e te ver em mim refletida.
Em cada manhã repetida
aparei cada aresta
e a espera da outra festa
colecionei desejos.
Mas tuas mãos em outras
que não as minhas,
foram brisa leve
em minhas linhas...
que adormeceram...
enfim.
Quando teu sorriso
outra vez passar por mim,
quem sabe a minha poesia
não rascunhe um outro fim?
(Publicado em 25/03/2007)
sexta-feira, 23 de março de 2007
terça-feira, 20 de março de 2007
A Espera (Anderson Julio Lobone)
Assim são as receitas perfeitas
para que eu não erre amanhã,
quando eu for buscar
o que é meu por direito
e o que me diz respeito.
Chuva da manhã...
É o cálice que trasborda
com a última gota de suor
que por hora nasce
e despenca dessa face
talhada pelo tempo.
Lembrar de você...
É o gozo perfeito
na dança das coisas
que movem o meu ser.
Ante ao parapeito da varanda
vejo a enorme ciranda
que se forma em mim,
e que assim torna
a esperança algo sem fim.
(Publicado em 19/03/2007)
quarta-feira, 14 de março de 2007
Na mesma calçada
Se o dia não nascer
é porque essa madrugada
é pouca para o sonho
de viver o que é nosso.
São anos perdidos
em outras bocas
e um futuro escolhido
em outros caminhos.
É a regra maldita
da nossa vida que imita
as dores do mundo
e o outro segundo
que vem sem você.
Se a vida reclama,
tua cama me chama,
e em tua seda pura
de gozo e ternura
tu se desnudas sem preço
como só eu conheço.
E depois,
da verdade gemida
voltamos ao “cover” da vida
que vivemos por nada,
numa pausa forçada
do olhar sem fim.
Mas cada brisa soprada
e cada canção tocada,
hão de nos deixar
essa certeza de estar
para sempre...
na mesma calçada.
(Publicado em 14/03/2007)
quinta-feira, 8 de março de 2007
Dia Internacional da Mulher
.
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Eu teria dado muito mais que a minha costela para tê-las aqui para sempre... Parabéns!
.
.
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segunda-feira, 5 de março de 2007
Matizes (Anderson Julio)
Deslizei
meus lábios por teus ombros,
e entre uma pausa e outra
do teu respirar,
imaginei tua boca
a me dizer as coisas
que não esqueço
a cada noite...
a cada vento...
a cada lua...
E ao despencar
do precipício dos seios
alojei-me em teu umbigo
e pensei comigo,
nas adjacências
e nessa dependência
doce e mortal
de tuas coxas.
Ao fim ,
me atiro aos teus pés
e, no provável viés
de nos repetir,
te olho enamorado
e logo sou tragado
outra vez
sem piedade
pelo teu cheiro,
pela tua boca
e pelo teu riso.
Imprevisível e preciso,
o universo que pintas
com suores e tintas....
Em tudo o que dizes...
Em tantos matizes...
Ou na pura nuance
de nosso romance.
(Publicado em 05/03/2007)
sábado, 3 de março de 2007
Zico - 54 Anos
sexta-feira, 2 de março de 2007
Recomeço (Anderson Julio)
As camisas novas
e as canções do carro
já fazem efeito no mundo,
e em apenas um segundo
todo o meu bairro
percebe que não sou o mesmo.
E ao me observar andando a esmo
notam que uma nova paixão
aportou junto à minha alma.
Os medos famosos
e os dias tão ardilosos
já perderam espaço.
E assim, meu traço
que antes era quimera
avisa que agora impera
a nova ordem do amor
que aqui se aloja.
E com um “que”
de quem se despoja
sigo ao encontro
de um outro recomeço.
Foi te vendo cruzar as tardes
que me tornei incauto.
E num tom mais alto
e com riso debochado,
cantei aquela canção
que falava da solidão
que não ia embora,
e que agora
no cerrar da hora,
enfim, me deixa.
(Publicado em 01/03/2007)