quinta-feira, 5 de abril de 2007

Os Fantasmas de Ti

Penso em ti...

Pé ante pé

na cozinha.

Tua coxa

junto da minha...

Nós dois assim

“de conchinha”...

Mas não...

Olho a porta...

e quem ali aporta

são os fantasmas de ti.

Entre um café e outro

eles sempre voltam aqui.

Gargalham e zombam

desse meu fingir

não mais te querer.

No vazio do meu riso

ainda te exorcizo,

disfarçando medo

nesse engano ledo.

Os vultos teus na sala

são os anfitriões

dessas madrugadas

de tantos senões.

Minhas canções mudas

são a trilha perfeita

da verdade refeita

de não te esquecer.

Lá vem eles...

Os fantasmas de ti

que fazem a festa.

E o que me resta?

Enfrentar

meu coração bandido

ou me dar por vencido?



(Publicado em 04/04/2007)

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