quarta-feira, 13 de junho de 2007

O Tempo (Anderson Julio Lobone)

Tempo que vai...
Dá-me o sorriso pleno
pelas coisas que vivi,
pelos beijos úmidos
e abraços indeléveis.
Dá-me a alma mansa:
extrato fino dos dia
sem que dormi amado
e acordei sozinho.

Tempo de agora...
Desvende esse meu ritmo
que pulsa a cada manhã,
e me molda fraco ou forte
na busca de outro norte...
Me abrande cada conflito
nas minhas fugas sem fim...
Na dança de um novo rito...
No fogo que arde em mim.

Tempo que vem...
Orixá mais que perfeito.
Nas formas leves do vento,
diga-me o que há de ser feito,
soprando-me um acalento,
no hálito dessas manhãs,
nos sonhos do meu rebento,
e nessas luas tal qual divãs
por onde eu me desoriento.


(Publicado em 26/05/2007)

2 comentários:

Anônimo disse...

Somos folhas secas ao vento
Num sopro somos arrastados
Para onde o destino nos aguarda
Como boca de lobo, e provar de nossa melhor fragrância

Parabéns poeta, do amigo

Ana Laforga disse...

Quando eu vi, apertei para te mandar um e-mail, mas queria era ter postado aqui. Boa essa poesia, gostei, parabéns.