sábado, 3 de novembro de 2007

Círculos

Retornar...
Eis o que me aflige.
E com a velha efígie
cunhada no ontem,
caminho de encontro
ao mesmo recomeço...

Sem fim...
O perigo de voltar
hoje é meu enredo,
e o futuro cortês
já não faz segredo:
eis me aqui outra vez.

Seguir...
Numa grande reta...
sem placa, sem meta,
nem ponte, nem nada...
Ao horizonte sem seta.
Partida sem chegada.

Por fim...
Os círculos só na poeira
de uma lembrança turva.
E sem eira nem beira,
numa forasteira curva
entre uma e outra reta,
minha vida se completa.


Anderson Julio Lobone

(Publicado em 10/10/2007)

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