sexta-feira, 4 de janeiro de 2008

Viajante

Vi pegadas.

E uma após outra,

lá estava eu

a seguir tua assinatura

na terra molhada

daquela primavera doce

qual flor de cacau.

No meu espanto

ao ver

a pegada derradeira,

ergui meu olhar

ante a jardineira

de tua janela.

Você,

que ali de posse

de risada cândida,

cantava feliz

por minha alma...

lânguida,

que enfim

ancorava junto à tua.

E sem preço,

sem óbolo ou fatura,

descansei em teus véus

de doçura,

e me perdi nas curvas

que fazem de mim

um eterno viajante.



(Publicado em 04/01/2008)

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