quarta-feira, 27 de dezembro de 2006

O Fim (Anderson Julio)

Quando chegou
mudou todos os dias
e trocou todas as vias.
Me deu a mão macia
e o direito de viver o sonho
que já se esvaía.

Quando chegou
não pediu licença.
ditou a sentença,
de que eu poderia,
à sua revelia,
viver o que havia
além da janela sombria.

Quando chegou
me trouxe de volta,
como que em escolta,
o verde de antes
no olhar galante...
perfeito... ungido...
Outrora exultante,
enfim,
me dei por vencido.

Quando chegou
doou carícias ternas,
prendeu minhas pernas,
e a boca navegante
se entreabriu ofegante
junto com a minha
marejada e sozinha
até sua chegada
com a pele suada
e ali ancorada.

E agora que vais
rumo ao nunca mais,
leva contigo minha alma
agora já tão calma.
Eu estarei tatuado
por dentro e por fora...
Como que se enraizado...
Depois... como agora.
Leva pela vida afora
o que um dia me deste,
sob a lua mais linda
da Praia de Leste.

( Publicada em 27/12/06)

Um comentário:

Anônimo disse...

Ulalá!