terça-feira, 25 de março de 2008

Outra vez

Quando meu olhar se derrama
por sobre o jardim,
é a mais pura denúncia
de que eu,
ao me defender
busco outros horizontes.

Me salve...me salve,
pois ao fugir do viés da solidão
Eu semeio saídas...
Eu permeio feridas...
Eu me jogo no além!

Então,
Me ameace... me lace...
Não se sinta imune...
Não me deixe impune...
porque a cada manhã que brota,
eu me desfaleço do que fui
e renasço na dúvida
inquietante e muda,
do que desconheçoem mim.

Outra vez,
não me domino.
Outra vez...
Parece incrível,
não sou tangível
nem mensurável
E morro a cada vez
que percebo
que já não caibo em mim.

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