terça-feira, 25 de março de 2008

Vida

Depois dos traços de nanquim
e dos meus dedos no marfim ...
Depois dos laços da manhã
e do teu rastro em meu afã...

Eis essa tarde em prosa
a dourar o teu olhar
que agora ressurge
das manhãs do tempo,
e me leva de volta
ao lugar de direito
nesse mundo
tão vazio de nós dois.

Então,
o riso nunca esquecido
Te vê, te abraça e te salva
em um momento tecido
Como que em frescor de malva.

A última porta aberta
dessa vida redescoberta
que agora cobre o chão
de poesia, sonho e canção.

Ah vida...que arde...
De volta ao começo
qual tardes em gesso.
Ah vida...que arde...
Que para no meio
qual toque no seio.

Vida bruma leve...
Vida então desnudada...
Vida então me leve...
Vida, vida... mais nada!

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