quarta-feira, 29 de outubro de 2008

Uma outra comunicação

Em um tempo longínquo perdido em meio ao pó das lembranças e da memória celular, a comunicação era feita "de alguém para alguém". Depois de "alguém para muitos". E hoje, assistimos em nossos confortáveis Home Offices a comunicação se realizando de "todo mundo para todo mundo".
A velocidade em que tecnologia redireciona as relações e os costumes parece não ser mensurável e a adequação a esta nova realidade tem sido um tormento em todas as áreas da comunicação.
Penso em como os artistas gerenciavam suas carreiras antigamente. Havia a necessidade das presenças providenciais e/ou nefastas do empresário, do divulgador, do agenciador, etc. Já no tempo da música digital, o artista pode gravar seu trabalho em seu computador e divulgá-lo em seu próprio web site, onde também pode oferecer e divulgar shows, interagir com seus fãs e disponibilizar conteúdo diverso.
No jornalismo não foi diferente. Os sites dos canais de comunicação e os milhões blogs disputam segundo por segundo, a exclusividade dos acontecimentos pelo mundo inteiro. E hoje, já vamos para casa sabendo quase toda a pauta do Jornal Nacional. Então fica no ar a pergunta: Até quando ainda assistiremos aos telejornais?
Na publicidade o panorama é ainda mais devastador. O que fazer diante do crescimento inexorável da chamada Geração "Y" (falaremos deles em outra coluna), que acha "um saco" essa coisa de ver TV? Esses novos consumidores não se importam em perder a novela ou o telejornal. Sabem que tanto as notícias como o último capítulo da trama popular estarão na web. Esses "nativos digitais" têm no universo da internet uma parte de sua realidade, assim como a escola, o restaurante ou o clube da esquina. Isso obriga as empresas a estabelecer um novo planejamento para a divulgação de suas marcas. Afinal, quem é este consumidor que está atrás do seu balcão?
Na literatura, um verdadeiro exercito de poetas "sem livros" começa a fazer fama nas orbes virtuais, deixando no passado a interminável odisséia de visita às editoras. E para os que como eu, ainda publicam livros de papel, fica reservada a agradável surpresa de ver seus trabalhos serem comercializados em mais de 80%, apenas nas prateleiras digitais.
No universo corporativo, por conta da busca de resultados, a mudança se fez a "fórceps". Apesar disso, em algumas empresas a implementação da chamada "Comunicação Horizontal" ainda esbarra em gestões centralizadoras.Alguns dirigentes "desconectados" não acordaram para o fato de que a construção e a sistematização da comunicação corporativa otimiza resultados, pelo simples fato de disseminar conhecimento.
Enfim, se diante de mudanças tão constantes e tão aceleradas, assistimos boquiabertos a comunicação se materializar em formas tão distintas em seus mais diversos campos, só nos resta a certeza que em breve o "e-mail" será coisa do passado.
E você e sua marca, onde estarão em meio a tudo isso?
Hasta la vista, baby!



(Extraído da coluna do autor no site da agencia de comunicação RedCafé - "www.redcafe.com.br")

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