segunda-feira, 5 de março de 2007

Matizes (Anderson Julio)

Deslizei

meus lábios por teus ombros,

e entre uma pausa e outra

do teu respirar,

imaginei tua boca

a me dizer as coisas

que não esqueço

a cada noite...

a cada vento...

a cada lua...

E ao despencar

do precipício dos seios

alojei-me em teu umbigo

e pensei comigo,

nas adjacências

e nessa dependência

doce e mortal

de tuas coxas.

Ao fim ,

me atiro aos teus pés

e, no provável viés

de nos repetir,

te olho enamorado

e logo sou tragado

outra vez

sem piedade

pelo teu cheiro,

pela tua boca

e pelo teu riso.

Imprevisível e preciso,

o universo que pintas

com suores e tintas....

Em tudo o que dizes...

Em tantos matizes...

Ou na pura nuance

de nosso romance.


(Publicado em 05/03/2007)

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