segunda-feira, 1 de maio de 2006

Poema: O Teu Canto (Anderson Julio)

Causa-me espanto a tua dor
velada sob esta maquiagem.
Sorriso de bela ninhagem,
meiguice, palavras de amor...
São tantas e tantas denúncias
Dos olhos marejados então,
Histórias de um bom coração
que chora amargas renúncias.
No vai e vem de uma estrada,
com verdes netos de borda,
se a lágrima ainda não acorda,
vagueias em torno do nada.
Seguindo sem direção,
tu choras e andas sozinha,
e meu afago é minha poesia
que levas...
será que em vão?
Seca o teu pranto abafado,
e limpa as bordas do caminho
com o aroma da flor sem espinho
e solte o teu canto calado.

Publicado em 24/06/2005

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